terça-feira, 22 de junho de 2010

Meus herois morreram de overdose

O comodismo é um mal parasitário. Juventude perdida é o caralho!
Tenho muito mais a dizer.
Eles reclamam do nosso jeito de se vestir, de andar, de se comportar, de falar, de escrever. Reclamam das nossas músicas, das nossas danças, dos filmes que assistimos, das comidas que gostamos de comer, dos programas que gostamos de fazer.Nos criticam em quase tudo. Para eles, nós - os jovens - somos estagnados, desculturados e alienados. O que eles não enxergam é que tudo isso é fruto duma criação advinda de uma sociedade medíocre. Um sociedade que acha que já alcançou todos os seus objetivos, que se gaba por um dia ter participado dos "caras pintadas" mas que hoje, não pensa em mais nada além do próprio umbigo. E como querem que pensemos em grupo, então? Que eu saiba, o ser humano é determinado pelo meio em que vive. Pensando marxistamente, a geração de jovens atual já nasceu corrompida. Corrompida pela inercia que foi transferida para nós por uma geração "certinha" (coloquei entre aspas porque meu conceito de certo e errado é bem diferente do da minha avó, por exemplo).
P.S: Falei da minha vó porque a geração dela foi a da ditadura, das 'Diretas já' e do impeachment . Ou seja, a geração da revolução.
Não vou, de forma alguma, descordar de alguns argumentos usados pelos mais velhos sobre os jovens. Sim, existem muitos adolescentes que leem Capricho, escutam Justin Bibber (ou pior: Banda Lapada) e assistem High School Musical. Mas você não vai me convencer de forma alguma que ler Capricho é pior do que ler a Veja. Como todo grupo de indivíduos, tem pessoas não interessadas na mudança social, ou com os políticos que estão no poder ou até mesmo com a política externa da Palestina. Mas o problema, é que eles generalizam. O número de jovens comprometidos em escutar boas músicas, assistir filmes com propostas revolucionárias, cuidar do meio ambiente, usar materiais reciclados e participar de instituições que ajudem o próximo, é crescente e vem esmagando a massa fútil e consumista. O que não pode acontecer é essa mudança não ser percebida, ou não ser valorizada. Claro que o governo e a mídia são uma parceria fortíssima para deixar as pessoas cada vez mais ignorantes - assim será mais fácil de uniformiza-las. Mas eles não vão vencer.
Estão faltando ideologias, sonhos, iniciativas e principalmente vontade de mudar! Mas esse desejo deve nascer dentro de cada um, quem sabe assim nós e eles não nos juntemos e façamos uma revolução! É, isso soa poético demais. Mas quem disse que poesias não se realizam?

2 comentários:

  1. Clap!clap!clap!clap! Carol, as ideologias, sonhos, as poesias e as transformações nascem de pensamentos críticos, assim como o seu e de muitos jovens. E digo mais, se a geração de hoje lê Capricho e ouve Justin Bibber, a dos seus pais e avós leram e ouviram coisas bem piores, mas como essas coisas ficaram no esquecimento eles não dizem. Longa via àqueles que acreditam na juventude, ela é o sal da terra.

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  2. Isso é o chamado 'conflito de geração', ou hipocrisia mesmo. Porque a geração de tua mãe (que é a minha) participou sim do Diretas já e etc, mas também escutávamos que não sabíamos votar, que Cazuza e Renato Russo eram simplesmente drogados, enfim que tudo que acreditávamos era pura bobagem e idealismo.
    Meu avô (que foi um comunista ferrenho) costumava dizer que éramos pobres de ideologias e sonhos.
    E eu costumo pensar que ideologias e sonhos se reinventam, que mudam a cada geração - que se não fosse assim, perderia o sentido, se tornaria nada mais que uma tradição.
    Sonhar e viver, sempre!

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