quarta-feira, 23 de junho de 2010

Todos os vícios, quando estão na moda, passam por virtudes.                                                                                                                                               moliére

Passei só para deixar essa frase, que achei muito boa, e que tem toda a cara do que nós queremos passar.                                                                           

terça-feira, 22 de junho de 2010

Meus herois morreram de overdose

O comodismo é um mal parasitário. Juventude perdida é o caralho!
Tenho muito mais a dizer.
Eles reclamam do nosso jeito de se vestir, de andar, de se comportar, de falar, de escrever. Reclamam das nossas músicas, das nossas danças, dos filmes que assistimos, das comidas que gostamos de comer, dos programas que gostamos de fazer.Nos criticam em quase tudo. Para eles, nós - os jovens - somos estagnados, desculturados e alienados. O que eles não enxergam é que tudo isso é fruto duma criação advinda de uma sociedade medíocre. Um sociedade que acha que já alcançou todos os seus objetivos, que se gaba por um dia ter participado dos "caras pintadas" mas que hoje, não pensa em mais nada além do próprio umbigo. E como querem que pensemos em grupo, então? Que eu saiba, o ser humano é determinado pelo meio em que vive. Pensando marxistamente, a geração de jovens atual já nasceu corrompida. Corrompida pela inercia que foi transferida para nós por uma geração "certinha" (coloquei entre aspas porque meu conceito de certo e errado é bem diferente do da minha avó, por exemplo).
P.S: Falei da minha vó porque a geração dela foi a da ditadura, das 'Diretas já' e do impeachment . Ou seja, a geração da revolução.
Não vou, de forma alguma, descordar de alguns argumentos usados pelos mais velhos sobre os jovens. Sim, existem muitos adolescentes que leem Capricho, escutam Justin Bibber (ou pior: Banda Lapada) e assistem High School Musical. Mas você não vai me convencer de forma alguma que ler Capricho é pior do que ler a Veja. Como todo grupo de indivíduos, tem pessoas não interessadas na mudança social, ou com os políticos que estão no poder ou até mesmo com a política externa da Palestina. Mas o problema, é que eles generalizam. O número de jovens comprometidos em escutar boas músicas, assistir filmes com propostas revolucionárias, cuidar do meio ambiente, usar materiais reciclados e participar de instituições que ajudem o próximo, é crescente e vem esmagando a massa fútil e consumista. O que não pode acontecer é essa mudança não ser percebida, ou não ser valorizada. Claro que o governo e a mídia são uma parceria fortíssima para deixar as pessoas cada vez mais ignorantes - assim será mais fácil de uniformiza-las. Mas eles não vão vencer.
Estão faltando ideologias, sonhos, iniciativas e principalmente vontade de mudar! Mas esse desejo deve nascer dentro de cada um, quem sabe assim nós e eles não nos juntemos e façamos uma revolução! É, isso soa poético demais. Mas quem disse que poesias não se realizam?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Quem Vigia os Vigilantes?

Pré escrito: Esse texto foi publicado no meu blog sobre cultura pop, e eu realmente gostei do que escrevi, e pensei, poxa, os sapos deveria ter espaços onde se comenta obras de arte  (acredite, Watchmen pode ser chamado assim). Portanto.... tan tan tan tan.... eis o meu texto:

Primeiro de tudo, precisa-se ser compreendido a importância de Watchmen para toda a história dos quadrinhos. Tal obra de Alan Moore tem tamanha relevância diante da literatura norte-americana de forma geral a ponto de ser incluída como obrigatória em diversos cursos de qualquer universidade dos Estados Unidos. Em segundo lugar é preciso explicar o porquê da importância, o porquê de Watchmen ser considerado a bíblia dos quadrinhos. O fato: a HQ foi escrita em 1987, nos momentos finais da Guerra Fria, e ela chega a retratar muito abertamente (para a época) o conflito URSS x EUA. Questiona também de forma severa o livre arbítrio e os direitos humanos. O que é certo? O que é ética? Deve-se esconder a verdade por um bem maior? Os fins justificam os meios? E a mais questionada na obra: Quem vigia os vigilantes (em inglês, Watchmen)?

Eis o enredo: Rorschach investiga o assassinato de se antigo colega, o comediante. Este foi jogado de seu apartamento em Nova York, no qual há sinais de luta. Acontece que ambos eram parte de um grupo super-heróis chamado Watchmen, mas no momento o grupo estava aposentado,  o que aconteceu devido a pressão vinda da população norte-americana, que os acusaram de serem responsáveis pela morte de Kennedy e pichavam a frase "Who Watches the Watchmen?" ("Quem vigia os vigilantes?") em muros. Toda essa história e diversas outras são contadas em flashback a partir da investigação de Rorschach. O livro envereda pela mente dos personagens com profundas análises psicológicas, tornando impossível acolher ou condenar qualquer um deles em sua própia cabeça. O filho da putismo do Comediante se confronta com sua fragilidade. A ordinariedade do Coruja se confronta com sua inocência. O fato de que Dr. Manhattan vê todos os humanos como insignificantes se antagoniza com seu passado penoso. O narcisismo ególatra de Ozymandias talvez seja compensado por sua maligna tentativa de salvar a humanidade.

E no fim você não entende, definitivamente não é feliz, mas porque haveria de ser triste? Alan Moore demonstrou por A+B que poderia ser pior... bem pior.


(da esquerda para a direita: Comediante, Espectral, Dr. Manhattan, Ozymandias, Coruja e Rorschach)