sábado, 9 de abril de 2011

domingo, 27 de março de 2011

"Quero ver quem paga pra (a) gente ficar assim"

Estava eu, ontem, em uma aula de Sociologia. Abriu-se um debate sobre corrupção e ética. Achei muito interessante; as opiniões contrárias, divergentes e convergentes. Eu, com minha ainda pulsante timidez, não me "meti" naquilo tudo, com tantas pessoas tão diferentes (mas tão iguais). No final, me dei conta que na verdade aquela conversa organizada nada mais era do que uma metalinguagem: a sociedade falando dela mesma (ou a língua falando da própria língua, como preferir). Mas porque a sociedade abre tantas discursões acerca dela mesma e os problemas continuam lá SANGRANDO? (na verdade, estou fazendo a mesma coisa agora)
Uma coisa interessante é que as pessoas pensam e agem diferente - não necessariamente nessa ordem - e mesmo com isso a convergência de interesses e interpretações é absurdamente parecida. Vou dar um exemplo, (voltando ao debate da aula de sociologia) muitas pessoas concordaram que um ato de corrupção quando o objetivo é solidário "não faz tão mal". É um tanto quanto maquiavélico ("Os fins justificam os meios"). Um pai rouba feijão para o filho que não tem o que comer (foi isso que eu quis dizer com maquiavélico). Mas acho que a questão é mais profunda do que isso. Porque esse pai precisou chegar ao ponto de se humilhar roubando comida para o filho que chorava a três dias de fome em casa? Porque esse filho chorava de fome a três dias em casa?
Porque a sociedade não transforma esse tema em debate? Em vez de ficar julgando se o ato é corrupto ou não.
A questão é o seguinte, se você quiser ver pelo lado do pai - coitadinho - que precisa pôr comida em casa e o nosso modo de produção vigente não permite que ele esteja inserido no mercado de trabalho (ou até mesmo no mercado de "bicos", porque de "biqueiros" a rua já está cheia) e por isso ele precisa roubar, você caro leitor, enxerga por esse lado. Mas se você quer olhar pelo lado de que independente do fim o meio que ele usou foi errado, você pensa como um PM. Ok, brincadeiras sem graça a parte, a sociedade vai te recriminar e te segregar porque você acha errado o roubo em qualquer ocasião.
Essa é outra questão mais importante de ser discutida do que "é corrupção ou não é?". É tudo um questão do ângulo que você vê, é tudo relativo como diria Einstein.
Corrupção e ética a parte - porque é uma questão de ponto de vista, ou você vai contra a correnteza e acha que, independente, tudo é errado ou você concorda com Maquiavel.
Acho que a sociedade está caminhando em discursões equivocadas e estacionadas. Não devíamos discutir se é ético ou se é corrupto e sim porque é ético e porque é corrupto! Ou será que é mais importante decorrer sobre a cultura dos chipanzés do que sobre a cultura humana? (isso foi o assunto da minha segunda aula de sociologia do dia)
Será que é mais humano saber se "é ou não é" ou ser? Será que é mais humano agir ou ficar no nosso "ócio produtivo" e depois debater em sala de aula enquanto as pessoas que julgamos continuam roubando margarina para fritar um ovo.
Vamos abrir novas discursões, vamos debater novos assuntos, vamos chegar a conclusões diferentes de todas que existem, vamos "ser" em vez de perguntar: "somos"?

segunda-feira, 21 de março de 2011

Batman - Psicologia do morcego

"As figuras imaginárias têm mais relevo e verdade que as reais" Fernado Pessoa

Bruce Wayne era o filho e herdeiro do maior magnata de Gotham City (sátira de chicago). Tinha apenas 10 anos quando seus pais foram assassinados em um assalto. Essa história você conhece, já foi contada e recontada por uma infinidade de quadrinistas e cineastas: Bob Kane, Frank Miller, Tim Burton, Christopher Nolan. Cada um acrescenta aquilo que acha relevante para seu tempo e para o mito que se pretende criar. Bob Kane criou o Batman distante da realidade, iverossímil, desumanizado, era quase um novo Super-homem. Um milionário que fabrica os equipamentos responsáveis por torná-lo o justiceiro da cidade. Quem seria capaz de se identificar com tal figura? A morte de seus pais era apenas um motivo, uma desculpa do roteirista pra justificar a tranformação de Bruce Wayne.
Frank Miller trouxe outro ponto de vista, ele tinha uma visão mais completa, queria retratar a ascensão e queda do morcego. Em "Ano Um" ele nos traz uma formação psicológica do herói. Bruce Wayne não poderia ter medos se quisesse enfrentar os bandidos de Gotham. Por isso escolhe o morcego como representante, era seu maior medo e precisava ser superado. Miller escreveu também "Cavaleiro das Trevas" que assim como "A Queda do Morcego" mostra um Batman fragilizado pela idade.
Tim Burton e Christopher Nolan foram ambos importantíssimos para o mundo cinematográfico dos quadrinhos. O primeiro foi quem abriu as portas para as possibilidades de adaptação do gênero. Criou dois filmes de qualidades, realçando não o psicológico (como faria Nolan 15 anos depois) e sim a bizarrice e extravagância de seus personagens. Assim foi o coringa de Nicholson, o pinguim de De Vitto e a mulher-gato de Pfeiffer. Criaturas estranhas de um mundo estranho, tornando Gotham similar ao país das maravilhas de Alice. E Burton se esbalda nessas figuras com as quais ele sabe lidar tão bem, criando assim o Batman da caricatura, tão semelhante àquele da série de tv dos anos 60.
Depois de alguns anos de esquecimento, renasce o mito. Christopher Nolan adapta o "Ano Um", de Miller, com estilo. Nasce "Batman Begins" e com ele uma das melhores sagas dos quadrinhos no cinema, pois foi com o 2º filme (Batman: Cavaleiro das Trevas) que Nolan reinventou o gênero. The Dark Knight mostrou ao mundo que filmes de super-heróis não são mais feitos para crianças.  A simbologia presente no filme é arlamante, há uma procura por entender as mentes insanas. Afinal, o que queria o coringa? "Há certas pessoas que só querem ver o circo pegar fogo" assim tenta explicar o mordomo Alfred. Mas o coringa se mostra algo mais, ele tem uma ideologia a ser provada, ardualmente tenta mostrar o quão tênue é a linha entre o bem ou o mal. De acordo com o vilão, tudo depende das circunstâncias e ele vai fazer de tudo para provar o seu argumento. O primeiro passo do plano é corromper o incorruptível: Harvey Dent. O político é o cavaleiro branco de Gotham City, é aquilo que a cidade tem de melhor. Dent chega ao ponto de assumir a identidade de Batman diante da polícia para que assim o verdadeiro morcego possa trabalhar em paz. É o alvo perfeito do maníaco coringa. Para realizar o plano, o vilão mata Rachel, noiva de Harvey, através do acaso. Nada mais justo para Dent que a vida de todos os outros sejam também definidas por algo igualmente trivial.
O coringa no entanto, não para por aí. Milhões de dólares são queimados, a cidade é isolada, a política do caos é imposta. Seu objetivo maior é mostrar até que ponto a humanidade se segura. Porém, a segunda parte do seu jogo sádico falha. Gotham City demonstra nobreza e capacidade de superar a crise.
Mas a tranformação de Harvey Dent ainda representa uma vitória do vilão. Como manter a esperança na bondade se seu símbolo humano maior foi maculado e corrompido?
Então entra Batman, para salvar o dia mais uma vez ele deve assumir a culpa, e assim o faz. Tal ato de heroísmo é questionado pelo filho do Comissário Gordon, que o explica: "Ele é o herói que Gotham merece, mas não o que precisa agora. Então vamos caçá-lo porque ele aguenta. Pois ele não é nosso herói. Ele é um guardião silencioso, protetor atento. Um cavaleiro das trevas."

domingo, 20 de março de 2011

Fantasia e o cinema parnasiano

Recentemente tive o prazer de acrescentar à minha coleção de dvds as animações Fantasia e Fantasia 2000. Os filmes são uma compilação de curtas metragens que prezam a animação acompanhada por música clássica, fazendo uma interessante relação de som e imagem.
O objetivo de Walt Disney em 1940 era refazer Fantasia a cada década, mantendo um ou dois curtas favoritos da edição anterior e principalmente criando novos. Seria uma maravilhosa forma de acompanharmos o progresso na música e nas animações. Infelizmente o primeiro filme foi um fracasso de crítica e bilheteria. Logo depois a Disney mergulhou numa séria crise. Como consequência, estava impossibilitada de lançar novos longas metragens (só foi voltar a fazê-lo em 1950 com Cinderela), lançando apenas curtas que eram feitos com um orçamento menor. O projeto Fantasia foi então deixado de lado, porém, com o passar do tempo o filme foi reconhecido e aclamado como um clássico, sendo, portanto, relançado diversas vezes nos cinemas. A ideia de Walt Disney só foi se realizar 60 anos depois, em 2000, quando foi lançada a 2ª edição de fantasia.
Há momentos em ambas edições em que a beleza dos curtas de animação e o acompanhamento musical parecem não ter objetivo além da beleza em si. É o famoso arte-pela-arte defendido pelos parnasianos. Podemos chamar então de parnasianismo cinematográfico? Sim. E Fantasia não é o único exemplo deste fenômeno.
É comum professoras de história da arte exibirem filmes como "Blow-Up: Depois Daquele Beijo" ou "2001: uma odisséia no espaço", estes são dois perfeitos exemplos do parnasianismo cinematográfico. O primeiro não tem uma história bem definida, os elementos se confundem, no final os acontecimentos do filme não são o que permanecem na cabeça daquele que o assiste. A fotografia do filme, no entanto, deixa uma marca forte, tornando as cenas extremamente memoráveis (e soníferas).
O cinema parnasiano perdeu sua força com as gerações seguintes, nós exigimos filmes com uma história para acompanharmos e deliciarmos. Mas o gênero não desapareceu por completo, Sangue Negro (filme de 2007 indicado ao oscar) é um bom exemplo recente, porém mesmo este teve de se adaptar aos novos tempos, acrescentando no roteiro memoráveis diálogos.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Aprendi No Enem que:

Feijão tropeiro é decisivo para seu futuro profissional.

Existem as questões fáceis, as pra retardados e as de química.

Se você colocar as coordenadas geograficas numa garrafa e jogá-la ao mar, você recebe uma foto de um garoto.
da Noruega!

Química não se aprende, química se chuta.

Não se deve colocar uma estátua no fundo de uma piscina, porque depois dá muito trabalho pra tirar.

Errar é humano mas errar varias vezes é INEP

Depois da 40ª questão você já tá vendo Tiradentes fazendo feijão tropeiro com a ética pra Napoleão não fuder Júpiter

Que prova de Natureza e suas tecnologias necessita de rascunho mas a de matemática não!

Que mulheres que jogam futebol, não podem ter filhos.

Fonte: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=108047507

É pessoal, eles tão Enem aí pra gente! Mas não se desisperem, provavelmente o reitor da UFPE vai retirar o Enem e será só a nota da Segunda fase. Vamos torcer então!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Serra explora tumulto no Rio em propaganda eleitoral - O DRAMA DA BOLA DE PAPEL FACTS

 POR FAVOR VEJAM, E ENTENDAM O QUE É UM JOGO DE PUBLICIDADE (!)

 http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/serra-foi-atingido-por-bolinha-de-papel-mostra-o-sbt

domingo, 3 de outubro de 2010

Recife está VERDE!
Nunca, nos meus 17 anos de vida, Recife estava de outra cor, se não vermelho! E hoje, quando eu ia votar, vi algumas pessoas de vermelho (a maioria de cores neutras, é verdade) mas muitas de verde (o dobro do vermelho, no mínimo). Será que vamos ter pela primeira vez na História do Brasil o Segundo Turno das eleições entre duas mulheres?

Se tivermos, Recife decidiu-se pelo verde. E você?

Houve uma estória de que Lula ficou sem opções e por isso, teve que pôr Dilma para o suceder. Acredito muito nela (na estória) pois quem assistiu ao debate na última quinta-feira percebeu o despreparo emocional da candidata esquerdista. Muitos - a maioria - dos que entregaram seus votos a ela, foi por confiança a Lula (confiança que ele não poria qualquer pessoa em seu lugar) afinal, ele é um dos maiores gênios políticos e um populista de primeira.
Eu, por exemplo, cheguei a discar 43 na urna. Olhei para Marina, ela me olhou. Lembrei do que Cesar havia me falado pela manhã "Quando eu tava indo votar, vi um mendigo na rua e pensei que a chance dele sair daquele lugar seria maior com Dilma do que com Marina - então, votei em Dilma" cliquei a tecla: "corrige" e coloquei 13. Nem pensei (se eu tivesse pensado muito teria voltado para Marina) e apertei: "confirma"
É, queridos e queridas, muitos concordam que Pernambuco é um "mini-cenário" da política federal. Se pensarmos assim, Dima X Marina no segundo turno. Mas por outro lado, o 40 vai ganhar como governador mais bem votado do Brasil (80% na pesquisa do Ibope de ontem) então, Pernambuco deixaria de ser o pequeno espelho das eleições atuais.
Não vou me estender mais, só escreverei aqui novamente quando o vermelho ou o verde tiverem dominado o Brasil (e não só o Recife).