quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Enquanto houver burguesia, não vai haver poesia!

Outro dia, estava em uma aula de história sobre o Renascimento cultural e um amigo soltou: "Não gosto muito dos artistas da renascença!" Sinceramente foi uma das primeiras pessoas que eu escutei falando isso. Afinal, quem não acha maravilhosa uma obra de Shakespeare, Michelângelo ou de Rafael? Eu particularmente, sou fã dos renascentistas. Acho eles fantásticos, extraordinários! Apesar de ser um movimento essencialmente burguês e ter seus mentores financiados por ideias burguesas, vejo nele um quê obscuro de mistério. Duma dúvida sobre "O que estar por vir?" Após um "mundo" feudalizado. E este é o momento pelo qual estamos passando agora. O que está por vir?
Porque quando Marx dividiu a História do homem em modos de produção, ele não disse que iríamos parar no capitalismo ou no socialismo (e não vamos).
Para quem vive na época, parece que a organização socio-econômica nunca irá mudar, que a atual é a melhor. É, os senhores feudais também achavam isso. E cá estamos, 10 séculos depois sem servos nem banalidades.
Esse momento no qual estamos vivendo agora é nada mais, nada menos que um período de transição (uma "Baixa Idade Média") - mas não se enganem, a Baixa Idade Média durou V séculos - estamos fazendo parte de um capitalismo decadente e da sementinha de um novo sistema socio-econômico. Agora, querido leitor, você vai me perguntar o nome e o formato desse sistema e eu vou te responder: Não sei. Não tenho a mínima ideia! Mas de uma coisa eu não tenho dúvida, o império burguês há de tombar!
Sei que meu discurso está assemelhando-se a doutrina comunista, mas não. Não vai ser esse o próximo sistema. A base doutrinária do Comunismo é linda! Mas para havê-la é necessário uma passagem pelo socialismo/ditadura, organização que nenhuma população democrática aceitaria. Por isso, o comunismo é uma instituição utópica e falida (não é por isso que deixaremos de sonhar com ela).
Voltarei pro Renascimento. Voltarei pro olhar misterioso e obscuro de Da Vinci na Monalisa. Voltarei pra o tempo em que a burguesia não era financiadora de guerras, mortes e de fome e sim de obras artísticas magníficas. Voltarei para o lado belo do renascimento e não para o absolutismo ditatorial.
Quem sabe desse modo, consigo enxergar o que está bem debaixo de nosso olhos e não conseguimos ver?
Talvez só consigamos ver quando descobrirmos o olhar enigmático d'La Gioconda (o que - pela gênialidade de Leonardo - nunca conseguiremos). E terei que, mais uma vez, concordar com meu querido Cazuza. Enquanto houver burguesia, não haverá poesia. Não haverá "Arte pela arte".

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ler e Sentir (!)

Vamos falar de mim? Não! Vamos falar de você. Porque se limitar a ler se você pode sentir? Não estou defendendo o fim da boa leitura, mas sim que você passe a ler e viver a literatura! Pois ler é muito fácil - quando se sabe - e entender o superficial também... porém ler e conhecer o profundo, sentí-lo é um verdadeiro ato de se despir. Então faça! Garanto que é uma sensação maravilhosa, são um daqueles momentos no qual você tem certeza que descobriu um pedaço do 'tudo', é uma sensação de sentir e viver esse 'tudo'. Descobrir o que desconhecemos, nesse caso específico, é como fechar os olhos e entrar em órbita.

Como Clarice Lispector mesmo disse: " Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... ou toca, ou não toca ", posso dizer o mesmo sobre a literatura.