Se...?

E se, e se, e se...Talvez esse seja o grande problema: relativizar.

Relativizar os acontecimentos, os amores, a vida.

Quando entrei hoje no blog e li os últimos posts, algo me chamou a atenção. Em todos eu sentir uma vontade, vontade de mudar. Mudar a política, mudar a mídia e, se não for querer demais, mudar o mundo.

Talvez nunca consigamos mudar, mas temos sincero desejo - "fome". Reconhecer que alguma coisa precisa ser mudada já é um grande passo. Porém, para alcançarmos algo não podemos pensar no "se" e sim naquilo que é possível realizarmos apesar de nossas forças tão diminutas diante de desafios tão grandiosos. Entretanto, grandes homens são aqueles que fazem intensamente coisas, aparentemente, muito pequenas.

A história humana está marcada pelo testemunho de homens e mulheres que foram capazes de assumir causas maravilhosas em benefício da maioria: Jesus, Luther King, Dom Hélder...a camponesa Margarida, a irmã Dorothy, o seringueiro Chico Mendes...tantos e tantas.

Parecem poucos diante da enormidade dos desafios: o planeta agoniza, continentes são massacrados por miséria absoluta de homens e mulheres, o futuro parece incerto. Poucos que representam muito, que, na singeleza de sua coragem, ousaram ser grandiosos.

É preciso não perder a esperança. Não podemos nos deixar imobilizar pelas limitações do cotidiano. Parecem intransponíveis. Mas não são! Depende da força de cada um na direção da luta conjunta, da união de todos.

E se...amanhã você envelhecer inutilmente por ter deixado a sua vida ser guiada apenas pela busca das facilidades do dinheiro e da efemeridade dos prazeres?

E se...amanhã você tiver o nítido sentimento que poderia ter sido melhor e, sendo melhor, contribuir para uma vida mais digna para todos?

E se...você conseguir deixar para traz tanta RELATIVIZAÇÃO, tanta BANALIZAÇÃO?

Pode ser que hoje à noite, quando você deitar, pense: eu hoje dei o meu melhor. Eu amanhã quero ser melhor...e quero ser sempre melhor porque o mundo precisa melhorar comigo e porque eu não quero que a minha passagem por aqui seja uma total inutilidade.

Se você começar a pensar assim parece que começamos a mudar a lógica desumana que nos cerca.